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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Cúpula Azul


Desculpas já não são o suficiente para dizer,
Minhas lágrimas já não bastam para provar,
E minhas palavras já não significam nada.
Mas, mesmo que elas não tenham efeito,
Continuo a pedir desculpa e por entre meus soluços,
Faço com que as lágrimas rolem por meu rosto.
Olho atentamente a cúpula azul, ou o que restou dela.
Antes, via meus sonhos refletidos em teus olhos,
E agora, só quero me esconder para que os mesmos não me vejam.
Se te amar é um pecado, que eu desça ao inferno por isso, e talvez,
Irei mandar lá agora.
Olho melancolicamente a cúpula do nosso provável futuro,
E como os grãos de areia, lentamente ele me escapa pelas mãos.
Ando por entre as aras, sendo atacada pelos olhares cristãos,
Paro junto ao altar e Cristo me condena,
Mas nada dessa fogueira me queima.
Apenas teu olhar na porta da igreja me mata aos poucos,
Desfazendo de minhas palavras e sonhos.
Olho morbidamente a cúpula azul dos nossos sonhos,
Estendo-lhe a mão, mas sei que você não vem.
E então a linda cúpula azul desmorona em cima de mim,
Fazendo o que era um sonho virar lágrimas,
E a tinta azul, ficar vermelha pelo meu sangue pagão.

Gabriela Vaz

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