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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Violino


Meu corpo estendido na grama,
Ouvindo o bater da brisa nas folhas de outono.
Um calafrio percorre meu corpo
Ao ouvir o nostálgico assobio do vento,
Fecho os olhos lembro-me da melodia,
Melodia melancólica e devastadora
Do instrumento de minha eterna paixão.
O violino em suas cores cintilantes,
E formas delgadas enchem-me os olhos de fascínio.
O arco que lentamente toca as cordas
Torna seus súbitos de calmaria e revolta,
Inquietos em meu coração.
A música como um laço, prende-me em sua loucura,
Trazendo de volta devaneios
Que preferia que fossem apagados.
Mas no mesmo momento em que me transformo no nada,
O sagrado instrumento, que traz em suas notas
O verdadeiro significado da música,
Dá-me o sopro da vida e
Envolve-me em seu transe, do qual jamais irei sair.
Abro os olhos e vejo a vida se esvair,
Esboço um sorriso com satisfação.
Morro lentamente, escutando em minha mente a doce música
Do violino.

Gabriela Vaz

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