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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Conto de Primavera I


Prima. A Prima no Ballet é a bailarina principal. Certa vez, fui o cisne branco, eu dançava suavemente e bela ao som do violino que tocava “O Lago dos Cisnes”. Mas, isso não é história, apenas, uma vaga lembrança de uma Prima.

Do latim, “primo vera” significa antes do verão. A Primavera que sucede o inverno, levando para longe a frieza dos corações e, aflorando o amor nos jovens. Sim, era a estação, o equinócio, a qual todos atribuíam ao amor; tudo era mais bonito, as pessoas exalavam um perfume doce, as garotas suspiravam mais – como se na verdade tivessem asma -, enfim, todos estavam apaixonados. Eu achava isso patético.

Para mim, a primavera servia apenas para me lembrar de um professor de Biologia, eu de uma forma bem incomum, me ensinou sobre Botânica. Hoje eu lhe digo que não me serviu em nada. Desviei o olhar para um canto da rua, reparei que aos poucos a comunidade de briófitas reduzia pelo fato do ambiente úmido trazido pelo inverno, sumir por causa da atividade solar mais intensa. Como eu disse, as aulas de Botânica em nada me serviram.

Uma pequena flor caiu sobre os meus pés, tomei-a nas mãos. Era grande, tinha uma cor escarlate magnífica, e fiquei a pensar, “Que bela angiosperma”. Analisei-a, havia o androceu, gineceu, o pólen... Foi então que uma cena voltou a minha mente: um professor de Biologia rebolando no tablado, falando de um príncipe que pega a princesa, e então, outro príncipe chega. O sábio professor diz, “O que ele vai fazer? Fala comigo, fala, diz para mim, diz... Oh, o outro príncipe vai ficar com as empregadinhas”- enfatizando bastante a parte de ficar com as serviçais-. Chocante, eu sei, mas é assim –de um modo bem figurado- que é a reprodução de uma angiosperma. E saber disso me serviu alguma coisa? Bem, servir, servir, não serviu muito, mas, agora eu iria ter o que fazer na estação antes do verão. Enquanto a comunidade de enamorados se ploriferava, eu faria um estudo de Biologia.

Gabriel
a Vaz

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Frio

O frio me lembra o vazio que fica a minha casa quando você se vai. O frio me lembra, que esta noite- e outras também- não terei teus braços para me aquecer, e teu cheiro para embalar-me. O frio me faz sentir falta dos seus beijos. No frio, envolvo meu corpo com um capote e sorrio. Minha vida é mais feliz no frio.

O frio não permite que meus olhos se encham de lágrimas, e se o faz, logo as secam. O frio permite que eu sinta meu coração bater, espalhando todo o sangue por minhas veias, esquentando meu corpo por fim. O frio regojiza-me em uma xícara de café quente, explora todos os cantos da minha mente. Minha vida é mais feliz no frio.

No frio, quando lhe encontro, o que se passa são cenas do mais perfeito romance. No frio, debaixo de grossas cobertas, lhe chamo de meu amante. O frio me ensina a ser rigorosa, mas também bela e delicada. O frio concede-me as mais incríveis palavras. Minha vida é mais feliz no frio.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Conto das Estações


Depois do GRANDE Sucesso ( que confiança é essa? o.õ ) dos Contos de Inverno, agora volto com os Contos de Primavera.
Nas suas flores delicadas ao desabrocharem, a Primavera trás em si, o ar romântico de apaixonante de tardes mais quentes e cenários clichês. E em meio a tudo isso, temos a nossa personagem, que a tudo questiona e é um tanto do contra.
Poderia ser até um desvio de personalidade seguido por loucura, mas não seria tão anormal alguém detestar o verdadeiro clichê que era a Primavera.

Espero que gostem. E se gostarem, comentem, eu vivo dos seus comentários '-'


Gabriela Vaz