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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Modernidade


E viva aos idiotas do mundo!
Inicialmente pensei em você,
Caro cavaleiro imundo.

Mas venho falar
São dos novos idiotas apaixonados.
Quem diria,
Virei uma boba
Porque resolvi amar.

Mas o esperto é você,
Que nem de perto
Se engana por uma paixão.
Você, meu estúpido violinista,
É o que tem razão.

Sacana, e entre outros carinhos
Eu te chamo.
Como te odeio,
Enquanto choro e me despenteio,
Maldito cavaleiro,
Devaneia em outros olhos
E navega em outros seios.

Tola, ainda serei,
Pois tenho dado amor
Sem medidas a ti.
Vagabundo, nem isso reconheceu.
Se quer, meus poemas você leu.

Idiota, sigo,
Enquanto mais raiva de ti sinto,
Enquanto mais apaixonada fico.
Amar-te, é uma raiva indefinível.

Gabriela Vaz

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ouvidos


Escutai,
Tudo aquilo que nunca ouviu,
Pássaros, a brisa, o mar.

Escutai,
Tudo aquilo que nunca viu,
Pois os olhos escutam
Quando os ouvidos falham.

Escutai,
Mesmo quando não houver som,
O silêncio é música,
E sente-se a alma.

E quando tudo acabar,
Não existindo mais
Razão para viver,
Escutai.

As soluções da vida
São discretas e educadas,
Por isso falam baixo,
Então cale a boca e os olhos,
E as escutai.

Gabriela Vaz

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Only it.


Eu te amo, como amei no primeiro dia e como amarei no último.
Eu te quero, pois não há razão de querer outro se, a luz do meus olhos é você.
Eu te falo a verdade, pois não há motivos para escondê-la.
Mas também não há motivos de querer acreditar que a minha verdade é uma mentira.
Mentira, dava-me por definição, a nossa separação,
E apenas isso.

Gabriela Vaz

Perdão sem por quê

Sabe o que é mais difícil?

É que eu sei tudo que você está passando,

E sei de todas as lágrimas que está derramando.

Mas não consigo entender

Por que está nos fazendo sofrer.

Ah meu Sol,

Nós fomos feitos para ficar juntos,

Conhecemo-nos muito bem,

Então pra que essa reviravolta

Em nossa vida?

Já não lhe significa algo

Tudo que vivemos e superamos?

Não é preciso dizer que chorei e choro,

E que tudo que eu quero é deitar em teu colo,

Fazer-me menina e tu me ninar,

Debaixo de uma lâmpada fria

Em uma noite de intenso luar.

Sei também meu Sol

Que perdeu a noite como eu,

Que não viu mais tanto sentido nos dias,

E que perguntou a Deus

Por que essa dor.

Como fizeste humano fraco, eu, Senhor?

Se um dia puder me ouvir,

Leia os versos que te dedico

E que sempre dediquei,

Veja que não foi por futilidade

- ou qualquer razão tola-

Que eu te amei.

Espero que volte pro braços

Que tanto te acolheu,

Quero que se envolva nos meus abraços

E nos meus laços.

E veja que mulher tua,

Sou eu.

Gabriela Vaz

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Truque


Eu não sei o que fez

Drummond escrever,

Não sei qual foi o astro

Pelo qual Castro Alves poetizou.


Mas eu sei que o vento sul,

Trás lembranças do homem que me desejou.

A areia que esfolia meus pés

Me faz sentir o gosto das línguas na boca do céu.


Escrevo o seu nome no ar

Difuso, que confuso

É o cheiro do salitre que invade o teu corpo oceano.


É fácil criar rimas e

Dedicar a um amor.

Mas não é fácil, saber que tudo isso foi o que você sonhou.

Gabriela Vaz