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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Coisa de menino



Para que ciúmes?
Não faz sentido me negar um sorriso
Por uma ou duas fantasias.
Se quiser mesmo que eu diga,
Eu nem gosto de Química.

Se quiser mesmo, eu revelo,
De que deveria ter um elo
Envolvendo nossos corpos,
Em copos, com o vinho mais embriagante.
O nosso inferno de Dante.

Meu desejo, na tua boca efervesce,
Meus cabelos nas tuas mãos
Desgrenham,
Nossos corpos queimam.

Ainda tens ciúmes dos versos?
Enquanto aquele tolo só me serviu de inspiração,
Você é o meu sistema, controla a minha respiração.
Literatura dos olhos,
Tens meu corpo e meu coração.

domingo, 22 de julho de 2012

60


Um, dois, três,
Seis, quarenta e seis.
Não sou muito diferente de você,
Mas, sou muito mais do que vê.

De dois gametas distintos e fundidos,
Uma nação pôs-se a nascer.
Vinte e três cromossomos vezes dois,
E essa nação põe-se a morrer.

Inconseqüentemente, essa matemática de genes
Se torna pandemia, arma,
A destruição de um mundo emergente.

Um dia a humanidade irá acordar,
Irá ver toda a sua estupidez,
Porque todos nós temos o mesmo número: Quarenta e seis.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ciel


Há muito
Que a minha felicidade
Eram palavras,
Viraram versos,
Transformou-se em gestos.
A ptialina que molha a boca,
A água que enchem os olhos,
A luz que bate, reflete,
Fazendo-os brilhar,
Faz parecer brincadeira de criança.
Mas perco a inocência
Quando presa fico nos teus braços.
Envolve-me.
Passei os dias pensando em outras luas,
Em maçãs,
Passei os tempos pensando no teu beijo,
No teu nome.
Cielo,
Nem os anjos podem me inspirar,
Me fazer respirar
Toda essa paixão latente,
Me fazer sorrir e
Me fazer dizer,
Que posso sempre acreditar no amor
Quando falo de você.

Sexta sem feira


Que maldade, crueldade,
Estou incrédula
Ao perceber que
Nenhuma cadeia aberta
Poderá me fazer sentir
O arrepio que me percorre
O corpo ao som
Das suas deliciosas ironias.
Minha boca enche d’água,
Ao lembrar os teus
Lábios esboçando um sorriso.
Maldito imprevisto,
Tirou dos meus olhos
Meu muso,
Que demorará a ler
As palavras ousadas que uso,
Para descrever o pulso,
De um coração confuso.
Tantas rimas
Nessas linhas,
Só para falar a você minha vida,
Você me fez falta nesse dia.
Meu português não é o mesmo,
Esse é o efeito,
De uma sexta sem o teu beijo.

Linguística


Sinto o cheiro de uma
Manhã de sexta
Na melodia da tua voz firme
Enquanto fala da literatura.
Teu olhar indireto,
Me fez lembrar
De quando tocou violão,
Ah, queria que a tua mão
Também me dedilhasse assim.
Mas as aulas estão
Longe do fim.
Sem termo, e nem química,
Prefiro bem mais
A sinestesia das tuas ironias.
Que engraçado,
Pois sempre quis
Bagunçar teu cabelo grisalho,
Fazer-te ver tantas estrelas
Até o ponto de novos versos criar.
Para que ciúmes
Minha droga viciante?
O sinal já vai bater,
Vem perturbar minhas declarações
Sonho então com uma
Noite de verão
Com você,
Meu querido...

Além do Show


Quantas notas são necessárias
Pra ganhar um sorriso teu?
Quantas valsas serão dançadas
Pra que eu ganhe os carinhos teus?
 
Rindo, dramatizo
Em quantos atos
Serão reproduzidos os fatos
E os frutos de um amor proibido?

Feche as cortinas
Faça-me cortesã, bailarina,
Menina de pele salina,
De língua felina.

Toque as curvas do violão,
Com as batidas do coração
Dedilhe meus cabelos negros.
Deixe emanar a música do desejo,
Que outrora florescerá
Na aurora dos teus olhos
Verdes.

Ver-te,
Quanto tempo é preciso
Pra que eu descreva o nosso amor,
O nosso secreto paraíso.