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domingo, 28 de novembro de 2010

Pêsame


Que mal é o meu!
Eu sei escrever.
Que insanidade é essa Deus,
Me faz devanear em pequenas palavras,
Delirar pelas vírgulas,
Fico em êxtase pelas conjunções.
Mil perdões,
Brinco com a minha mente
Imaginando coisas ilusórias.
Infelizmente,
Meus poemas ainda caem
Aos ouvidos dos porcos,
Alguém que pelo menos
Demonstre conhecimento,
Retire a minha ingênua
Preciosidade da lama,
Das risadas retardadas
Dos ignorantes.
Que pena meu povo!
A inteligência
Não nasce com todos,
Assim como meus poemas,
Não são feitos
Para os cachorros.

Gabriela Vaz

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Conselho


Certamente se eu pudesse,
Não teria olhado para ti.
Mas certamente, se tivesse resistido,
Teria fitado-o mais profundamente.
Certamente se seus olhos fugazes
Não me olhassem de modo furtivo,
Teria resistido, esquecido.
Noite de trajes negros,
Dança comigo?
Em uma valsa de bandolins
Teus olhos bailam comigo,
Meu corpo delira sozinho,
Minha boca encontra o alivio
No arco do teu violino.

Gabriela Vaz

domingo, 21 de novembro de 2010

Quebra


Por que você percorre a minha mente?
Some e me esquece,
Quando aparece me emudece.
Que raiva de ti por existir,
Que raiva de mim
Por ainda pensar em ti.
Que então morra!
Não suporto mais o som do violino,
Não quero ver o seu sorriso.
Não quero campos floridos
E um Sol sorrindo...
Droga, o Sol não sorri!
Ele é só um astro que vai explodir,
E junto com você, ruir.
Eu quero o novo papel,
Um lápis apontado,
Quero enamorar as palavras
E deleitar-me com grandes poetas.
Quero ouvir estrelas,
Poetizar a vida,
Beber as rimas.

Gabriela Vaz

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nitroglicerina


A mão suja de tinta
E o relógio fazendo tic-tac,
Criam rimas.
A tinta no relógio
Suja o tic-tac constante
Da mão que cria rimas.
Rimas sujas de tinta
Seduzem o relógio a
Tique taquear a mão.
A tinta suja de rimas,
Escreve a mão
Que morre ao tic-tac do relógio.
Tic-tac,
Tic-tac,
Bum!

Gabriela Vaz

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Entropia


Te perguntei
E você disse não
Mas, seus olhos diziam sim.
Tudo isso é uma grande confusão.

Eu tento te esquecer,
Em tantos olhos olho,
E outras bocas beijo,
Mesmo assim, você é o meu maior desejo.

Negando, não posso lhe escrever.
Que se dane a sua vontade,
Eu preciso lhe dizer
O quanto eu quero...

Você,
Que me invade e não me deixa.
Peço então que termine,
Me enlouqueça,
Esquente.
É inverno quando seu mês chega.


Gabriela Vaz

sábado, 6 de novembro de 2010

Porque dói


Por que as partidas doem tanto?
Não são por causa do pranto
Que tanto te abalam.
São por causa dos momentos
Que por fim acabam.

A dor não é saber que
Estás longe,
O que me aflige
É a casa vazia
Minha vida vadia.

O que dói não é a partida,
Mas as lembranças,
Que te deixam ao meu lado sorrindo
Enquanto estava mentindo,
E agora, sumindo.

Na sucessão, vejo o violino quebrando,
As cordas partindo,
O arco destruído.
Eu choro muito,
Mas você nunca esteve aqui
Para secar meu pranto.

E do mesmo jeito que veio, se vai.
Terminou sua ópera com maestria,
Foi muita covardia.
Porém, esse adeus da partida, fica só nos gestos,
Pois nos meus versos,
Você ainda é o meu sucesso.


Gabriela Vaz

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Outras ideias

From My Darkness Diary

- Bem gente, ai está um dos capítulos de uma nova experiência textual minha, no final a parte de um poema meu que acho muito importante que é o 'Boca do céu, janela da alma', se gostarem comentem, preciso saber pra ver se continuo com essa nova produção...enfim, obrigado a todos que me acompanham :D -