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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Nicholas

Durante quatro dias pude redescobrir várias opiniões que lutei em formar durante minha vida inicial de poeta. E realmente, é sobre o amor que mais me divirto. O amor em si, é uma façanha divina que foi dada aos homens como forma de alegria. Eu discordo. Amor é algo tão imenso, que eu diria ser a palavra que move o mundo. Sim, é, o amor faz guerras, o amor faz desunião, o amor faz rancor, o amor faz festas, o amor faz dúvidas, o amor faz gênios. O amor faz tudo, simplesmente por ele ser um sentimento abstrato, enorme, e sem definição.

Tornei-me poeta, justamente por querer viver todo o amor. Por querer carrega-lo no peito e assumir todas as suas faces. Sinceramente, é a coisa mais difícil do mundo. Apaixonar-me, sofrer, rir, chorar, sonhar, desejar, enlouquecer e morrer. Tudo isso passei por amor. E dado os últimos dias, por conta da pessoa que me fez escrever isso, revivi todas essas emoções, e por fim concluí que o amor mais uma vez está sendo mal interpretado.

O que é o amor? Eu nunca poderei responder com total certeza, mas posso afirmar que amor é acordar esperando ver o sorriso de alguém; é em poucos dias sentir-se segura com um estranho; é entre mil vozes alteradas, ouvir apenas uma; é saber distinguir o amor, e notar suas diferentes faces. Poderia muito facilmente concluir que estou falando sobre um amor carnal, mas tudo isso é tão aplicável em um amor fraternal, paternal, religioso ou platônico, que não faz sentido generalizar esse sentimento.

Confessar o amor tornou-se algo tão restrito, que ninguém mais sabe quando pode confessá-lo. Culpam-se até. Condenam-se. Porque não se fala mais sobre amor. Hoje falamos sobre sexo, sobre carne, sobre homossexualismo, sobre quem é digno do reino dos céus, sobre qual a melhor educação para uma criança, mas não falamos sobre o amor. Ninguém sabe mais o que é amar.

Esse não é um texto sobre um homem que me conquistou em quatro dias. Esse é um texto sobre um ser humano incrível que em quatro dias me fez pensar em todas as minhas convicções. Em vinte anos de vida, durante os últimos seis ou sete anos, tentei definir o amor, mas só agora quando sentei em sua frente à meia-luz daquele restaurante, pude concluir o quanto é infinito e indefinível. Vestíamos uniformes que nos deixavam iguais, mas com toda a falta de personalidade na roupa, sobrava as conversas para descobrimos o próximo. Detalhes como o brilho dos olhos em certos assuntos, o comportamento das mãos em algumas conversas, gritavam para mim aquela pessoa que mesma vestida de preto, explodia em cores. Em seus quase trinta e um anos, ele me confirmou ideias que tenho com quase vinte e um, me fez perceber que cedo ou tarde, existem coisas que vamos aprender, e que nem sempre precisamos aprender isso vivendo na pele. Ele me fez acreditar que fazer o que se ama, realmente vale muito mais a pena, mesmo que demore de acontecer. O importante é não desistir. Ele me disse que quem ama, dá liberdade. Ele me mostrou que amor, não é só matrimonial.

Por perceber o amor tão tardio, não tive coragem e nem tempo de confessar. Me arrependo. Tudo gira em volta do amor, e por ele reger o mundo, nunca se deve negá-lo. Não amar, é sofrer muito mais do que sofrer por amor. A felicidade está em permite-se amar, conhecer o amar e ser livre como ele.  Eu sofri por prender o sentimento, mas antes eu do que o mundo inteiro. Afinal, os escritores são como janelas de um trem, eles veem e aprendem sobre as mais variadas coisas do mundo para que outros venham ver através deles as experiências da vida que não necessariamente é preciso passar. E a cada pessoa que olha através de nossos vidros, aprendemos mais uma história, consolamos mais um coração, revigoramos mais uma mente. Por conhecer tão intimamente o amor, valorizamos amar, e amamos tudo aquilo que podemos. Meu erro foi esquecer desse detalhe, e envergonhar-me por me apaixonar por um amigo. Um amigo, que assim o defini, mesmo não o conhecendo bem, só porque meu coração me disse que ele era uma pessoa certa para amar.

Não há vergonha em amar. Já dizia o sábio Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore: “Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos, e acima de tudo, daqueles que vivem sem amor.”
Amigo, me perdoe por te fazer sentar em meu vagão e não conseguir ver nada em minha janela. As coisas que me disse foram tão lindas que as eternizo em minha mente e em minhas palavras. Obrigada por esses infinitos quatro dias. Amigo, ame como eu não tive coragem de amar, seja livre como estou tentando ser agora, não tenha medo de caminhar no escuro. Não tenha medo do escuro. Os lugares ainda não explorados são os que precisa de mais coragem, e de luz. E querido amigo, você é a luz em pessoa. Meu querido e breve amigo, aceite as palavras que eu escondi, minhas lagrimas também.

Estou feliz.

Sentirei saudades.


Eu te amo.