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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Aurora dos Olhos


O ponteiro gira freneticamente
Em seu elo.
Gira apontando como uma flecha que
Aponta meu caminho,
Apontando pessoas e desilusões.
É lançada feito uma bala
Acertando meu coração.
Enquanto meu sangue se esvai
E minha tez perde a cor,
Em meus lábios quase imóveis
Balbucio uma palavra,
Palavra esta, que no seu lento pronunciar
Faz o meu desfalecido coração
Bater mais uma vez.
Dos meus olhos não se vê mais brilho,
Pois assim como a palavra o dono dela se foi,
Levando o resquício de vida em mim.
O murmúrio pergunta o que minha morta boca diz,
Ninguém sabe.
Mas um cavaleiro de negro mantém guardado no peito a resposta.
Leva no peito o brilho dos meus olhos.
Que palavra divina é essa?
Palavra pelo qual o dono eu suplico a volta.
O teu nome.

Gabriela Vaz

domingo, 30 de maio de 2010

Falso Cognato


A noite
Rarefeita chega,
Aproxima-se.
O falso brilho
Preenche o céu,
A lua.
O falso brilho dos
Teus olhos
Enganam, alucinam, aliciam...
Apaixonam.
Meu falso luar,
Qual é o sol
De quem o brilho você rouba?
Minha escuridão
Disfarçado de luz branca,
Maligno e sutil,
Envolve-me, consuma-me.
Desprezível
É o jeito que me ama.
Ama-me?
Mistério, silêncio e desejo,
Assim lhe descrevo.
Minha falsa lua,
Meu verdadeiro sol.

Gabriela Vaz

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Em decomposição


Pedaços se repartem em pedaços,
Pedaços que não se colam, alastram-se.
Meu coração dói.
Por que você não fica comigo?
Dois dias não são o bastante,
Para matar a saudade de meses.
Chorei,
Fiquei na deriva, larguei-me,
Entrei em decomposição.
A dor da sua partida é algo
Que corroi cada meticuloso perímetro
Do meu corpo,
Que naquela tarde de sábado foi seu.
Fui sua.
Agora em minha mente,
Repassa um filme
De cada palavra, cada sorriso,
Cada beijo interminável,
Cada olhar, nosso silêncio.
Volta,
Não vá mais embora,
Vicie-me, alicie-me,
Mate-me de overdose.
Não sei mais viver
Sem o teu carinho,
Meu Cavaleiro Negro.


Gabriela Vaz

terça-feira, 18 de maio de 2010

Boa Noite


Às vezes um simples cumprimento, uma simples frase
Muda totalmente o sentido de uma oração.
Boa noite.
Às vezes, a falta das palavras, ou simplesmente
Não ser necessário usá-las,
Muda o rumo de duas vidas.
Boa noite.
Às vezes, não procurar por algo interessante,
Se faz descobrir grandes tesouros...
E eu descobri.
Descobri algo que nem o
Grande Capitão Vanderdecken,
Um dia pode cobiçar.
Eu descobri você no fundo do mar,
Eu descobri você no falso brilho do luar.
Descobri na verdade,
Que você me achou.
Boa noite.
Às vezes um sorriso, e uma palavra de carinho
Fazem brotar novos sentimentos, renovar os antigos,
Destruir pesadelos... construir sonhos.
Boa noite.
Quero sempre poder me encontrar
No meio do brilho dos teus olhos,
Quero sempre poder sorrir
Quando envolta no teu abraço.
Quero sempre lhe proporcionar
Momentos alegres e irritantes.
Não se pode pedir para que sempre a lua apareça,
Como não se pode pedir que uma relação seja
Sempre agradável.
E se alguém lhe oferecer isso,
Marque a proposição como falsa.
Boa noite.
Que o vento sorrateiro, leve esse meu pedido
Ao teu ouvido,
Sentindo cada pronunciar, o calor, o sentimento,
A emoção.
E por último, sem mais rodeios,
Boa noite.



Gabriela Vaz

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cantos de Outrora


Os Silfos cortam as correntes aéreas
Ruflam suas asas para qualquer lugar
Que não me importa muito.
Trazem em suas acrobacias serelepes
A música de outrora,
Que a mim foi apresentada
Como loucura, melancolia, amor.
Blasfêmia,
Não fora os preciosos Silfos
Que me mostraram o anjo que
Escondia-se no palco
Malicioso e maligno.
Fora os meus traidores olhos,
Que fitaram a harmonia do seu violino
Em tuas mãos,
E fora o meu corpo apaixonado
Que se deleitou na sua música.
E então eu o amei.
Não me importando com seus pensamentos,
Ou o seu jeito irritante,
Meu cavaleiro negro é inesquecível,
Apaixonante.
E não importa o quanto tenha que me rebaixar,
Idiota eu sei,
Eu amei,
E inconformadamente,
Ainda o amo.

Gabriela Vaz

domingo, 16 de maio de 2010

Algodão


Por entre o recorte irregular dos edifícios
Vejo o céu.
As nuvens movem-se livremente.
Nuvens,
Cobrem o Sol, preenchem o céu,
Carrega as gotas de chuva que
Encharcam-me o corpo.
Nuvens,
Completam a minha loucura.
Gostaria que você olhasse as nuvens,
Elas levam meus pensamentos,
Elas me trazem você.
Os grandes e dominadores prédios
Prendem-me ao chão,
Mostram-me o que pode acontecer.
As contrações dos músculos fazem
Minhas pernas tremerem,
A respiração acelerada, o coração palpitar,
Os risos maliciosos circundam-me e repetem
As mesmas palavras...
Ah! Onde está você?
Cada vez mais fico estática no tempo,
Ele não passa e o meu cavaleiro não chega.
Negro.
Olho as nuvens negras,
Negras nuvens...
No alto dos grandes
Minha cabeça gira, o último suspiro.
Seus braços me envolvem.

Gabriela Vaz

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Apesar de difícil... NÃO MATA!


Ando pensando em coisas que vem atordoando a minha mente,
Desde que eu aprendi o que é educação, descobri que o problema é que nem todas as pessoas aprenderam também, e para ‘parecerem’ sociáveis se tornam hipócritas.
Em qualquer lugar normal as pessoas não sujam suas ruas, os carros respeitam a faixa de pedestre.
P.S. PARA A FAIXA DE PEDESTRE:
Sim... para os desinformados automotivos, aquela coisa branca pintada no chão do asfalto ( não necessariamente abaixo de um semáforo ) em formas de listrinhas, não é para brincar de amarelinha, ou para ver quem consegue pular só na parte branca, ou qualquer outra função mirabolante que devem pensar. Aquela coisinha serve para pedestres (pedestre - Pessoa que anda a pé.), poderem atravessar a avenida, rua, beco, esquina, seja lá qual for a via transitória.
Geralmente – eu disse geralmente, não veja como ironia... Não sou irônica (?) – quando uma pessoa precisa cruzar a via e se dirige a faixa, e GERALMENTE, o veiculo DEVERIA parar. E vê se pode uma coisa dessas, meu caro povo baiano... Em outros países isso acontece! E nem vou tão longe, para não chegarem com a história que é porque eles são desenvolvidos – talvez essa seja a fórmula secreta do desenvolvimento deles, eles são educados! - a estados no Brasil, em que isso ocorre, e se eu lembrasse o nome do estado, eu diria.
Mas como sempre, a grande parte esperta da população (ou sacana mesmo), não respeita esse direito do pedestre, e ao mesmo tempo não obedece à lei. Claro, claro, me desculpem, é porque na maioria das vezes o semáforo não está lá, para lhe informar em suas cores chamativas que você, criança, deve parar. Hoje mesmo eu fiquei dez minutos na faixa esperando alguém parar, difícil eu sei, mas não mata e nem custa tentar, e até que hoje foi bom! Tem dias que eu fico TRINTA E TRÊS MINUTOS, EU DISSE TRINTA E TRÊS MINUTOS ( sim e conto, e galera do terceiro ano e ex-alunos, é mera coincidência.), esperando a boa vontade dos coleguinhas motoristas, quando não vem acompanhado de uma cantadinha sem graça.
E o mais legal disso tudo, é que quando é a gente que precisa ficar minutos esperando, a indignação vem à tona, enchemos o peito e dizemos que é por isso que o país nunca irá crescer e blá blá blá. Engraçado não? E depois dizem que eu sou irônica, veja só!
Até que gostei desse post, quebrar a rotina de poemas de vez em quando é bom, expor idéias para os meus visitantes ( que agora eu sei que existem, mesmo sem às vezes comentar ). Mas é isso ai, eu sou apenas mais uma a escrever sobre isso, e vocês são apenas leitores que concordaram (espero) com isso.

Mas como dizem... somos o futuro da nação! Somos? Ahh... deixo isso para outro dia!

Beijooos!

Gabriela Vaz.

domingo, 2 de maio de 2010

Pronomes


Porque ainda me faz chorar?
Se não importa aonde eu vá
Sempre levo você em minha mente?
Será que o que eu escrevo nada lhe diz?
Será que são apenas versos inúteis?
Não faça viva a chama de uma paixão,
Se depois rindo, me deixará as teias.
Não me faça subir degraus,
Se logo depois me repreenderá como um cãozinho.
Eu só quero lhe fazer feliz.
Quero tirar-lhe do papel meu Anjo da música,
E tomar-lhe em meus braços,
Dizer em um tom baixo que és meu.
Sentir teu cheiro.
Desça do palco meu Cavaleiro Negro,
Pare de tocar a sua música e ouça a minha,
A qual suplica pelo teu corpo,
Que faz indispensável à necessidade que tenho
De esquentar-me no teu calor,
Molhar meus cabelos em teu suor.
Provar teu beijo.
Confunda o meu corpo com o teu violino,
Toque-me.
Faça qualquer coisa, mas venha para mim.
Seque minhas lágrimas,
Faça-me sorrir.
Chame-me novamente de tua
E então,
Deixe-me lhe chamar de meu.

Gabriela Vaz