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domingo, 16 de maio de 2010

Algodão


Por entre o recorte irregular dos edifícios
Vejo o céu.
As nuvens movem-se livremente.
Nuvens,
Cobrem o Sol, preenchem o céu,
Carrega as gotas de chuva que
Encharcam-me o corpo.
Nuvens,
Completam a minha loucura.
Gostaria que você olhasse as nuvens,
Elas levam meus pensamentos,
Elas me trazem você.
Os grandes e dominadores prédios
Prendem-me ao chão,
Mostram-me o que pode acontecer.
As contrações dos músculos fazem
Minhas pernas tremerem,
A respiração acelerada, o coração palpitar,
Os risos maliciosos circundam-me e repetem
As mesmas palavras...
Ah! Onde está você?
Cada vez mais fico estática no tempo,
Ele não passa e o meu cavaleiro não chega.
Negro.
Olho as nuvens negras,
Negras nuvens...
No alto dos grandes
Minha cabeça gira, o último suspiro.
Seus braços me envolvem.

Gabriela Vaz

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