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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Som do Violino


A chuva cai lentamente inocente,
Limpando a impureza dos homens,
De minha torre de marfim,
Observo o lento caminhar da vida.
Algumas gotas tocam-me o corpo,
Escorrem pela pele,
Retirando cada magoa nela existente.
O fino som do violino invade-me a mente,
Em baixo de minha torre vejo
Um anjo de vestes negras tocar tal
Instrumento em sua solidão.
As lágrimas se misturam com as gotas de chuva.
Estendo a mão, tento alcançá-lo,
Mas é como o céu, é impossível tocá-lo.
Aperto meu peito, grito o teu nome,
E então ruflando tuas asas, abraça-me,
Teus olhos me deixam sem palavras.
Mas a minha torre desmorona,
Assustada olho para os lados e nada vejo.
Acordo de um sonho, no qual queria
Que fosse a minha vida,
Olho para a janela e ainda chove,
Mas não te vejo,
E nem ouço o som do violino.

Gabriela Vaz

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