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quinta-feira, 18 de março de 2010

Senhores


Caminho durante o alvorecer
Por entre as lápides que jazem frias
Os seus senhores.
A brisa cortante bate no dolorido seio,
Que pálido exala o cheiro do amor de outrora,

Será, Meu Deus, que terei que vagar

Lamúriando minha dor?

Já sem sentido águas salgadas

Molham-me os olhos e banha-me a face.

Os mortos em seu silêncio,

Entoam a canção da mórbida paz.

A virgem de marmóre reza em seu silêncio

O túmulo do seu senhor,
E nele me deito profanando qualquer descanso.
As gotas dos olhos misturam-se
Com as gotas do céu, Alinhar ao centroCompartilho meu corpo
Com os vermes que esperam pela minha paz.
Vejo-o em suas vestes negras,

Seu olhar noturno espera pelo meu

Maçante descanso.

A luz dos meus olhos esvai-se,
Choro no túmulo do senhor da virgem,
Pelo meu senhor do violino.

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