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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Distância


Olho o infinito do céu,
O infinito do mar,
Olho o horizonte que une ambos
Em uma linha singular.
Linha de uma história, de um elo,
Linha que pela roca passa
E torna-se maleável nos dedos da tecelã.
Faça-me linha, torne-me corda,
Toque-me, ouça minha música,
Sou teu violino.
Beba meu sutil veneno
E durma comigo,
Garanto meu doce anjo,
Que pela manhã, quando
A névoa se dissipar,
Suas asas já estarão curadas
E poderá voar.
Então deixe que a sede do desejo
De me encontrar
Seja maior que seus sonhos.
Passe a linha do horizonte,
E venha tecer-me, tocar-me,
Fazer-me o teu violino.

Gabriela Vaz

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