Páginas

domingo, 25 de março de 2012

Conto de Primavera X

Não sei se isso já te aconteceu, talvez sim, afinal, eu não sou a única pessoa do mundo com problemas. Senti-me como uma raposa, traiçoeira e vigarista, mas, a minha intenção não era prejudicá-la. Talvez, eu pensasse que não era. Nunca confiei em mim.
Ela. Tentei fazer da vida dela a vida que eu queria ter quando tinha sua idade, quis que ela não cometesse os meus erros. Acabou que ela comentou outros erros, e piores. Quando vi o meu mais “novo erro”, fiquei horrorizada. Sou um monstro!-pensei-. Meu olhar tornou-se perdido no nada, minha face, pálida. Não tinha mais vida.
Vida... Eu estraguei a vida dela. E ela não sabe, em parte. Recuso-me a olhar para ela, recuso-me falar com ela. Esquecê-la-ei. Um vento quente faz arder meus olhos banhados por lágrimas, o verão chegaria daqui a três dias, ah, eu odeio o verão um pouco mais do que a primavera. Não suporto o calor.
Por isso, sou fria. E por que ainda choro? Meu erro foi conhecê-la, somos diferentes apesar de iguais. Não posso querer viver com ela, não é permitido que eu a ame. Tenho uma vida diferente com novas escolhas, e, tenho que enfrentá-las. Esse meu mundo não a pertence.
Ligo a moto e piloto até a praia. Finalmente uma brisa fresca, como a primavera é irônica. Esquecê-la-ei.

Nenhum comentário: