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sexta-feira, 6 de março de 2015

A vista ou a prazo

Ei, moço!
Ô, moço!
Tem medo não, que amor não é.
Talvez seja paixão,
Mas desses bichos, o sinhô pode ficar tranquilo,
Porque dele, eu já tive aos montes!
De todo jeito, e até de qualquer jeito.

Tem medo não, pode fazer carinho,
Esse aqui é bonzinho, e não morde não.
Essa paixão é faceira, é dengosa;
Se arrepia com palavra no pé do ouvido,
Soube até que é fogosa.

Moço, olha bem pra mim,
Sou poeta, e crio paixão desde que me entendo por gente.
É verdade que quando se apega
A paixão pega e faz o que quer com a gente.
Mas é tão bom ter esse bicho no peito,
Que depois de acostumado,
O patrão nem vai lembrar mais dos machucados.

Ô moço, vai não! Fica!
Se aprochegue, já lhe disse que não vai doer.
Vem sentir o coração esquentar e o corpo tremer
Quando eu, menina, cheia do sorriso
Olhar pro’cê.
Dotô, experimenta essa paixão aqui,
Essa é das boas,
Eu mesma que fiz!

Vem cá comigo bailar a noite inteira sem ligar pro amanhã;
Vem cá deitar comigo nesse colchão;
Vem ouvir comigo o som do trovão.
Ô moço,

Vem cá viver essa paixão.

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