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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sonho de uma noite de verão.

Noite passada havia sido maravilhosa. Me pareceu muito aqueles encontros de filmes americanos, mas na verdade, em minha cabeça de escritora, o que não se parece com cenas de filmes americanos? De qualquer forma, o restaurante era maravilhoso, a comida era ótima e a música... Ah, Bossa Nova. Perfeito. Tudo fluía muito bem, o rapaz a minha frente possuía de fato conversas e histórias muito interessantes.

Mas tudo aquilo, era só um momento.

Cheguei em casa e fui jogando minha roupa a esmo, aquele dia para mim tinha sido a pior montanha russa de emoções que pude sentir. Mas pelo menos, terminou o dia bem. Eu pensava, eu me convencia daquilo. Mas de alguma forma, eu estava muito feliz. E de alguma forma, a minha mente não estava de fato ali, estava vagando em outro estado, muito mais ao sul, a procura de alguém distante.
Meu corpo exausto, adormeceu no instante em que deitei, mas, em minha cabeça todo aquele encontro maravilhoso repassava em um filme repetitivo e analítico. Lembrei de cada detalhe: Os sorrisos, o perfume, o toque das mãos, a meia luz do lugar que criava um clima tropical e romântico, as tentativas frustrantes de me ensinar inglês, as tentativas com sucesso do meu aprendizado em inglês, os olhares que nunca se desviavam e os abraços. Lembrei de tudo isso e no mesmo instante o "filme" parou para uma mensagem berrante em vermelho que me aparecia na tela: Não é Ele. Isso me reabriu a saudade imensa que guardava, o desejo de viver aquele momento com Ele, de tocar as mão Dele, e de lhe admirar o sorriso. Mas, não era Ele.
Cansada do pensamento que tanto me doía, deixei a mente enfim descansar. Adormeci por completa e não sonhei.
Eu achava que não.
Durante o sono, um cheiro familiar me invadiu o nariz, um toque carinhoso que eu bem conhecia me acariciou o braço, e depois os cabelos. Não abri os olhos, imaginei (e imaginei certo) que tudo aquilo era uma ilusão, uma sensação criada pela minha desesperada saudade de reencontrá-lo. Mas mesmo ilusória, aquilo me aqueceu o coração. Minha imaginação o fez ganhar voz, e naquele timbre embriagado de sono, eu ouvia ele me dizer "Wait for me...".
Acordei. Acordei com o sol invadindo violentamente meu quarto, expulsando qualquer tipo de sombra e tristeza. Mas, ao passar a mão no rosto amassado, notei algo de diferente em mim. Eu estava com a nossa aliança no dedo.

Mais uma vez.

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