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sábado, 14 de janeiro de 2012

Conto de Primavera VI


Estava indo ao ponto de ônibus, esqueci de colocar gasolina na moto. Acompanhada de meu amigo, o mesmo que é psicólogo e que ainda tem um enorme Black Power (só que reduzido a trancinhas), estávamos esperando meu ônibus. Era já noite, não fazia frio e nem calor, clima típico da primavera. Foi então que começou a perseguição dos ônibus.
Passou um que ia para o Terminal da França. Passaram um ou dois diferentes, mas logo vieram três, um atrás do outro, eu disse três Terminal da França. É angustiante a espera do transporte coletivo, ficamos minutos a fio esperando, e quando algo surge lá no horizonte de milhões de carros, apertamos os olhos para poder ler o letreiro, o coração dispara com a esperança de ir para casa com a clara possibilidade de superlotação, e então vem a decepção: outro Terminal da França. E fica mais frustrante quando as horas vão passando e a única coisa que passa é o maldito Terminal da França, e o sacana do meu amigo rindo da minha casa de desiludida. E eu nem sabia em que raio ficava o Terminal da França, e o que é que tem tanto nesse lugar para ter infinitos ônibus de todas as cores?! Estava indignada, e me irritava mais a cada Terminal da França que passava. Vou precisar de horas com um psicólogo.
Mas toda tortura tem seu fim. Meu ônibus chegou, despedi-me. Ao entrar, encontro outra frustração: o ônibus estava super lotado.
Gabriela Vaz

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