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terça-feira, 23 de abril de 2013

O Ponto sem Retorno


Ouvia o barulho da música. Parei quando escutei a música da chuva.

Havia coisas no meu coração das quais não entendia, e talvez até nunca entendesse, mas ao ver as gotas de chuva que freneticamente batiam e escorriam pelo vidro do ônibus, entendi que pelo menos aquele momento era algo que eu durante muito tempo precisei. Desci alguns pontos antes do meu, e a cada passo fui desejando desesperadamente que a chuva se tornasse mais forte cada vez mais.

O bom do outono são essas chuvas que vem para limpar-nos, tirar toda a barreira envolta e nos permitir rir e chorar sem que ninguém veja. As pessoas que andam olhando para o chão em dias chuvosos, provavelmente não entende
ram a simplicidade da vida, e seguiram com seus problemas sem respostas. Mas eu olhei para cima, eu vi toda aquela água cair de um lugar onde habita o real e o imaginário, o céu. E as gotas que escorriam no meu corpo, eu deixava escorrer junto minhas lágrimas, e as gotas que minha pele absorvia, eu deixava absorver toda pureza de um fenômeno. E com essa renovação de mim, observei tantas respostas que estavam contidas nas nuvens cinza dentro de mim. Apenas precisava chover.

E quem poderia ver através da máscara? Aceitar o fantasma de cada um, o gênio do mal que se escondia por trás de cada coxia, esperando apenas o amor. Entendi em mim, minha existência. Esperei em mim, a chuva passar.

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