Páginas

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Elga Velásquez


Era bela, era ela, única senhora de suas razões e emoções, dona do seu destino. Era Elga.
De longos cabelos negros cacheados, tinha o olhar oblíquo e dissimulado, de certo já lera ‘Dom Casmurro’, ela era um pecado. Elga era livre, andava por onde queria e realizava todos os seus caprichos, na boca de todas as línguas, ressoava o nome Elga Velásquez, sempre mais polemica por seus mistérios, a mais invejada por sua personalidade, desejada por sua beleza.
Essa era ela, Elga, fina flor branca do sertão, ousada em cada movimento, sedutora no seu rebolado caminhar. Vestia como de costume uma longa saia fina, que descobria as pernas bem torneadas quando a fina flor ia afogar o calor no rio.
Imaginai-vos a cena:
Um rio de águas turvas, aquela mulher agachada com a saia suspendida até metade das coxas, aquelas pernas grossas molhadas; seus cabelos longos caindo pelas costas e por frente dos ombros tocando levemente os seios fazendo um contraste com a a camiseta beje; um olhar selvagem. Na verdade, a cena por inteira era algo que rasgava qualquer alma centrada.
Ah, fina flor branca e selvagem do sertão, despertava suspiros, insônias e calafrios. Quem dera se ela, fina Elga, soubesse dos meus sonhos.

Gabriela Vaz

Nenhum comentário: